quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

guarda napes


Alturas cruzadas, caminhos descontínuos, pequenas paragens, entretanto, para não perder tempo. Perder ritmo, perder tino, paragens transitórias para não parar, nunca parar, parar por pouco, muito pouco, que no movimento é que está o ganho.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

sopros e sopros


Ventos e tentos, na língua no beiço do pífaro, no limiar da corda. Agita, treme, desfalece e descansa, sem ritmo nem som, só um sentir. Por aumento colorido.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Jogos de cintura

Vêm desta garganta que afinei.. Surgem desta voz que lanço pela rua, baixinho. Fazem-se senhores sobres estas pernas que ensinei a andar. São deles os motivos, minhas as mãos que se calejam pelos andaimes de novos projectos. São todos os que conheço e todos os que conheci que me mostram novos terreiros por onde deixar correr a utopia. São meus os lances de escada onde abandono as noções perdidas. É no meu parapeito que vêm beber. E só porque deixo, só porque quero deixar, só para que eu também me veja crescer... sigo. Com um rasgo na cara e pele franzida. Para continuar, meus senhores, é para continuar.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Peles Antigas


Numa sede de me tornar... velha.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Saltos de aflição

De conjugação nervosa, temerosa de novas pedras na calçada. Quando se soltarem, levam-nos os tacões atrás, quando se perderem levam-nos os passos de relance e descanse, meu caro, que aí cairemos todos numa fantástica queda de soluções e tropeções gloriosos. Quando esse momento chegar, quero estar lá para tirar a fotografia...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Programas irrepreensíveis


Já por várias vezes me perguntaram que programa preferia...
- Um que funcionasse por telepatia seria bom.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

consersas afilhadas

- Mãe... o que é uma linha? O que é uma linha? O que é, mãe? A linha?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

desafogos

Desaforos, por uma gota de suplício, de pachorra e de início. Deixem-me começar de novo. Estou aqui para começar de novo. Dêem-me uma gota desse néctar, desse sacrificado besunte que elimina qualquer apologia de desconhecimento. Deixem-me beber dessa fonte antes que esgote, deixem-me sonhar com novos corredores enquanto recupero o fôlego. Dêem-me de tudo um pouco e de tudo um pouco menos. Deixem-me absorver aquilo que me falta, aquilo que já conheço, aquilo que posso precisar para saber... correr... de novo. E outra vez a preguiça.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Compassos de passos

Por pastos infindáveis, de partes inacabáveis de plantas inexequíveis, de prantos incuráveis. A passos e trespasses, a caminhos involúveis e rochas em ebulição. Qualquer ser que se afaste, que as lâminas das solas surgem sem aviso e sem preceito. São mãos, estes pés, porque moldam o chão em que pisam. São moles estas fés porque se esgueiram entre os conceitos em que se fiavam. São todos os ritmos, marcados por todos os vinte dedos e mais uns, são tordos os cantos e turvos os recantos do olhar que não chega nunca a vislumbrar o percurso que vamos percorrer. São flores, meu senhor... que pisamos para dar caminho a novas plantações. Mais férteis? ou apenas diferentes... talvez.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Conversas de Alzheimer XVIII


- Excelentíssimo Senhor, gostava de lhe apresentar este meu colega, que julgo ter o perfil perfeito para fazer parte desta nossa privada sociedade...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

fascínios


Deslumbres e mitificações. São estádios obsoletos, estantes de pensamento. São fulcrais numa vivência plena de emoções e emitidas declarações. São os conjuntos que perfazem as nossas comunidades, as dislexias que nos assombram os gestos. Eventuais conventos de ideias perdidas para uma secretividade que desconhece e se mantém forçosamente ignorante das pequenas derivas que um mesmo fio pode esconder.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

conversas em movimento


Captar uma imagem, um sentido ou um fulgor transitório de um percurso indefinido não implica necessariamente a possessão desse momento por parte de quem ou o que o interceptou. Máquinas não retêm a alma, apenas a atenção...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

conversas destravadas

Perdidas, algures entre o sentido do que se ia a dizer, um gesto que desvaneceu naturalmente por entre as expressões e os olhares que, de tanto serem lançados para o lado, perderam o percurso oque tomavam, cansados de um esforço de memória, que, sinceramente, não lhes devia caber...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Passos de duo


tripartidos entre os olhares que se cruzam. Alçam-se as pernas, solam-se os joelhos. São cronometradas e sentidas, consentidos a mnemónica e o ritmo que se penduram incoerentemene, sem comando nem vagar. Não percam o ritmo, meninas, que a elegância lhe deve uns trocos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

a bebida dos deuses


concentrada num corno de animal sumido...

a fruta dos mortais


trincada entre sucos deslizantes e garras afiadas de marfim tingido.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

de garras na graphite


where there's a style, there's a way. find it. then leave for your own.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

poço gargantular


Quantos sapos saltariam para dentro do charco, se o charco fosse espesso?
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Mariana Perry