segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Converter


a ira... em algo palpável, adicionável, convertível e revertível em pequenos sinónimos de angústia. Máscara dócil de um temer que não nos larga a orelha, que se pendura e repreende a cada esquina na conversa... que ela não vire. Acima de tudo que ela não revire os olhos e aprenda de uma vez, por todas as outras que ficaram sentadas na esquina, às espera que algo mude por elas. Que se aprenda a sorrir, a largar e rir para cima. Porque sim, meus lindos, porque sim, amiguinhos. Cunhem a vossa dissonância num suave ensorrisar. Riam-se e deixem de lutar... por algo que não vingará.


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domingo, 5 de setembro de 2010

Des pentear

engrenhar, na varanda de outrora, no sonho que não se refez de ter acordado, sonhado uma vez por outro canto que não esse que se pendura dengoso na linha de molas em vertigem contínua da varanda. Do vizinho, os soluços. Soluções e dissuasividades deixadas por debaixo da porta, de esgueira, de timidez intimidade pelo crescer penoso de mais uma insipiência. Que demorem a crescer. Que se mantenham pequenos e alheios. Ressoarão sempre as ideias novas doutra garganta, as sibiliantes de outro bolço. Baloiço imparável, sem controle nem afinidade. Louco pela prisão que o retém e devolve sempre para trás de onde espreita, mais uma vez. O horizonte. A camélia dessas línguas estrangeiras. O pé de fiandeira para sempre amarrada ao seu fuso horário.


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sábado, 4 de setembro de 2010

Enlevadas


e enluvadas, descaracterizadas por uma fachada que já não se ergue. Herege dissimulado em terra de crente, somente dizendo o que pode ser inspirado. Suspirado em ventos, retorcendo lamentos de um capuz que já não cabe, um capum que já não serve, um capim que já não deixa escorregar.O pé sem maneio, sem rastreio nem percurso, um discurso que já nem a si vale nem a si mente, perde o regente a palavra e o maneio, o trejeito e o refreio. São gritos na luz do dia, esquecidos entre os pios demais fortes, demais contentes, de mais gente. Úteis, desfeitos. Finitos, perfeitos. esperados, talvez. retirados de novo. depostos de vez.


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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sono

plastia, sono plástica, somos moles e maleáveis. Deixamos de poder escutar para prescrutar os dilemas dos outros em detrimento do que nos apetece ouvir. Prescrevendo mezinhas sem remedeio, destinando alaridos sem refreio nem conquista. Somos reis, contornáveis cabeças douradas, de esquecido valor merecido ou acumulado. Esquecem-se os novos actos pela grandeza dos que nos depuseram torneio. Medeia-se as películas que nos prendem os tornozelos, olhamos de novo e já dele não nos lembramos. Levantámos vôo, porque quando somos esquecidos perdemos o peso da credibilidade.


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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Transviados

os chilros de quem se faz à estrada. Os ruídos de quem se transforma numa mole transitória, incontornável e invisível na sua grandiosidade. São poucos os que notam porque são também poucos os que se lembram. E param, e sustêm a respiração para poder escutar. E descobrir que alguém lhe coloca uma questão vivida e sobresaída no seu caminho diligente. São crentes e referentes sempre da melhores fontes. Água fresca e reverente, santíssima crueza a que escorre sem que se possa parar. Comutar de pensamentos e sílabas travadas entre guerras cruzadas, permanentes e filtradas por imagens jazentes e reflectivas. Impeditivas. Sonoras. Tardias.


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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Amparados

os refolhos de um papel mal executado. Cambaleante na memória de quem o entregou, esfoliante na do que se quer esquecer. Entre panos e desagrados encantos, entre tintas homologadas e traços torcidos e pingados de um calor de luzes que nunca se desligam. nem o Sol se apaga, nem o olhar de desvia. Por um segundo ou terceiro ímpeto de raíz desconchavada, deturpada entre faixas de texto mal apanhado, entre refolhos pouco listos e sobrancelhas mal franzidas. Escondidas por detrás de ponto, uma palavra embaciada e retratada sem emoção, numa comoção de quem descobriu na plateia uma cabeleira conhecida num reconhecido trejeito contra uma lapela indesejada. São fitas. As do cabelo e as da garganta insaciável, a lágrima encontrada ao canto da trave, a nota esticada e tremida entre dois passos. Um para a frente e outro para baixo. Sem que ninguém o acuda.


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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Falta de visão

de revisão ou de sensatez. Tempos passados em embriaguez de ego remoído e sempre convencido da sua singularidade universal. São tempos de reveria, de truques e magia. Escapismo e campismo nas cabeças dos outros, de músicas que passam e se deixam guiar por ondas enredadas em casulo amarrados à cabeça. Para que mais nada entre. Que nenhuma outra ideia nos visite. Que nenhum calafrio nos percorra as costas, que nada deixámos que não mereciam ser deixado. nenhuma confissão vale tanto como uma nova perturbação. Mas turvas são as visões que nos passam pelo seio, pelo pescoço e por baixo da consciência notória. Mente o terjeito do pescoço, que aquiesce à sobriedade e se verga num contemplar de um novo dilema. Se só nós estamos presentes, quem nos adulará?

domingo, 29 de agosto de 2010

Perspectiva

cambista, retardante. Manuseante de consciência flutuável e flottante. Cambios de monedas e manetas despreocupados com a possibilidade de gestão multifacetada. São nossos os momentos de integração e reivindicação de direitos. Sem esquerdas interpolantes nem maneios indecisos. Lindas as que passeiam o corpo da questão em triunfos luminosos, rescaldos caídos no passeio, carpetes para a sua singularidade. Que só têm um olho. Que só têm uma visão. Individual em permeio de palmas repetitivas e cantadas em glifos de argila admirados por reconhecedores e magicadores. Prevaricadores ou apenas precários riscadores de momentos que virão. Mais uma e outra vez.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

devaneios...




um Wordle, um labirinto de motes explorados. estará na hora de os revigorar...
a partir de http://www.wordle.net

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Flip-flook

cabritos com asas, suinos alados e vacas voadoras. Trip-mook, felinos sem traças, caninos danados e patas desdenhadoras. Klick-sook, meninos sem graças, vestidos sem passas e trocas reveladoras.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Rambinos


pertvertidos, sambrinos e galdrinos. Cantantes, Passeantes, colunistas e valfrinos. Tomilhos e tomadas. Pegas e refractadas. Saiotes pagãos, pregos no desvão. Rambóia tramada, calcinada no chão.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sonante

embriaguez, retardante de descontantamento e passante no tempo que despende. Serão ventos e chuvas que magoam as travessas que percorremos. Serão antes o nossos passos que repetem as ruas que não devem, trespassando ao sinal, vede, as muralhas que se lhes impõem. Repartidas entre cubículos e cubículas regradas, mesmo que desalinhadas no tempo. De postura perdem a frieza, da rotura adquirem vivacidade.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Deixem-me


estar. Aqui. Sem mais questões nem ideias de última hora. Parem. Aqui. Se quiserem. Nao me obriguem a voltar. Não sairei por menos de uma promessa, uma refeza de que o Mundo cruzará os olhos e olhará finalmente para o seu próprio nariz. Alguém mo seja capaz de prometer. Sem rir. Nem estremecer.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

T'en 'veux pas?

Quoi?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Toques

de sino, de tipo, de juízo sem o requerer. Fios miúdos de fina complacência, sons mudos de outras tácticas, outras práticas, outras vozes e outras forças. Drenam-nos os sussurros de outras vozes, rebaixam-nos os tons de outras cores. São tempos perdidos e ressentidos em nós que já ninguém distrai.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um Silêncio nas Avenidas



... no desespero das arrecuas, um silvo, um urro, um shh.

Para Illustration Friday, sob o tema "Wilderness"

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Loreto-ay... ey





Em segredos de parafina, seguindo o toque de companhias antigas, um corredor de ideias moldadas, impresso. Esse o modelo que se profere, esse o momento que se distingue. Um ovo ou mais, um passo a menos, um tilintar e um sussurro desbatido. São imagens de um castanho que não se consome. Uma superfície que apenas se toca com o deslizar oleado de quem conhece há dois séculos o rumo dos pequenos modos.
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Mariana Perry