Alturas cruzadas, caminhos descontínuos, pequenas paragens, entretanto, para não perder tempo. Perder ritmo, perder tino, paragens transitórias para não parar, nunca parar, parar por pouco, muito pouco, que no movimento é que está o ganho.
Ventos e tentos, na língua no beiço do pífaro, no limiar da corda. Agita, treme, desfalece e descansa, sem ritmo nem som, só um sentir. Por aumento colorido.
Vêmdesta garganta que afinei.. Surgem desta voz que lanço pela rua, baixinho. Fazem-se senhores sobres estas pernas que ensinei a andar. São deles os motivos, minhas as mãos que se calejam pelos andaimes de novos projectos. São todos os que conheço e todos os que conheci que me mostram novos terreiros por onde deixar correr a utopia. São meus os lances de escada onde abandono as noções perdidas. É no meu parapeito que vêm beber. E só porque deixo, só porque quero deixar, só para que eu também me veja crescer... sigo. Com um rasgo na cara e pele franzida. Para continuar, meus senhores, é para continuar.
De conjugação nervosa, temerosa de novas pedras na calçada. Quando se soltarem, levam-nos os tacões atrás, quando se perderem levam-nos os passos de relance e descanse, meu caro, que aí cairemos todos numa fantástica queda de soluções e tropeções gloriosos. Quando esse momento chegar, quero estar lá para tirar a fotografia...
Desaforos, por uma gota de suplício, de pachorra e de início. Deixem-me começar de novo. Estou aqui para começar de novo. Dêem-me uma gota desse néctar, desse sacrificado besunte que elimina qualquer apologia de desconhecimento. Deixem-me beber dessa fonte antes que esgote, deixem-me sonhar com novos corredores enquanto recupero o fôlego. Dêem-me de tudo um pouco e de tudo um pouco menos. Deixem-me absorver aquilo que me falta, aquilo que já conheço, aquilo que posso precisar para saber... correr... de novo. E outra vez a preguiça.
Por pastos infindáveis, de partes inacabáveis de plantas inexequíveis, de prantos incuráveis. A passos e trespasses, a caminhos involúveis e rochas em ebulição. Qualquer ser que se afaste, que as lâminas das solas surgem sem aviso e sem preceito. São mãos, estes pés, porque moldam o chão em que pisam. São moles estas fés porque se esgueiram entre os conceitos em que se fiavam. São todos os ritmos, marcados por todos os vinte dedos e mais uns, são tordos os cantos e turvos os recantos do olhar que não chega nunca a vislumbrar o percurso que vamos percorrer. São flores, meu senhor... que pisamos para dar caminho a novas plantações. Mais férteis? ou apenas diferentes... talvez.
Deslumbres e mitificações. São estádios obsoletos, estantes de pensamento. São fulcrais numa vivência plena de emoções e emitidas declarações. São os conjuntos que perfazem as nossas comunidades, as dislexias que nos assombram os gestos. Eventuais conventos de ideias perdidas para uma secretividade que desconhece e se mantém forçosamente ignorante das pequenas derivas que um mesmo fio pode esconder.
Captar uma imagem, um sentido ou um fulgor transitório de um percurso indefinido não implica necessariamente a possessão desse momento por parte de quem ou o que o interceptou. Máquinas não retêm a alma, apenas a atenção...
Perdidas, algures entre o sentido do que se ia a dizer, um gesto que desvaneceu naturalmente por entre as expressões e os olhares que, de tanto serem lançados para o lado, perderam o percurso oque tomavam, cansados de um esforço de memória, que, sinceramente, não lhes devia caber...
tripartidosentre os olhares que se cruzam. Alçam-se as pernas, solam-se os joelhos. São cronometradas e sentidas, consentidos a mnemónica e o ritmo que se penduram incoerentemene, sem comando nem vagar. Não percam o ritmo, meninas, que a elegância lhe deve uns trocos.