sexta-feira, 30 de maio de 2008

Anacleto e Lucrécia


História de terror, de duas almas depenadas que se conheceram um dia, com anos de diferença. Ele, homem sem alma, ela, mulher sem corpo, não encontraram as palavras que os uniam. Dedilhando entre sílabas átonas, perfilando contornos em contraponto, não se sentiam, não se conseguiam enxergar. Passaram os raios a queima-roupa, a luz da vidraça que, partida, lhe coloria o sentido. Vieram as multidões que lhes demonstraram a impossibilidade de viver infeliz. Anacleto e Lucrécia, o casal predilecto do diz que disse, mas depois não fez.
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Mariana Perry