sábado, 31 de maio de 2008

monitores vazios


Almas apagadas, pequenas partes de um estudante que já desistiu há muito de brincar. Não me gozem, não peçam mais de mim, não queiram que finja criancice e renegue planos maduros. Deixem-me crescer, não me ponham pesos sobre a cabeça, deixem-me evoluir, não me prendam a vosso lado só porque precisam de companhia. São tristes, não me façam soluçar. São pedintes, já não tenho nada para vos oferecer. Libertem-me que mais cedo voltarei. Não me obriguem a detestar-vos, compreendo-vos, sei o que vos faz mexer, eu também me mexo, não vêm? Se soltarem as cordas dos tornozelos talvez vos possa mostrar, que também eu sou grande, que também eu sei onde pôr os pés. Gosto demasiado de vocês para vos deixar manter-me aqui. Jogo o vosso jogo para que não notem a vossa própria pequenez... tenho pena. Porque são tristes? Tenho pena, mas não me posso preocupar convosco. Parem de querer que seja mais igual do que sou. Estou aqui, não vos chega? Não me viram já? Agora deixem-me ir. Também eu sou grande. Deixem que vos mostre, não me prendam mais. Só se sentirão mais pequenos depois. Não vos quero guardar rancor. Não me guardem a mim. Deixem-me saír destas paredes, soltem-me destes corredores, tirem-me da frente esses papéis de letra miúda e parágrafos torcidos. Falem comigo e não por mim. Não somos diferentes dessa maneira...
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Mariana Perry