quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Amparados

os refolhos de um papel mal executado. Cambaleante na memória de quem o entregou, esfoliante na do que se quer esquecer. Entre panos e desagrados encantos, entre tintas homologadas e traços torcidos e pingados de um calor de luzes que nunca se desligam. nem o Sol se apaga, nem o olhar de desvia. Por um segundo ou terceiro ímpeto de raíz desconchavada, deturpada entre faixas de texto mal apanhado, entre refolhos pouco listos e sobrancelhas mal franzidas. Escondidas por detrás de ponto, uma palavra embaciada e retratada sem emoção, numa comoção de quem descobriu na plateia uma cabeleira conhecida num reconhecido trejeito contra uma lapela indesejada. São fitas. As do cabelo e as da garganta insaciável, a lágrima encontrada ao canto da trave, a nota esticada e tremida entre dois passos. Um para a frente e outro para baixo. Sem que ninguém o acuda.


imagem original para Revista Inútil #02-2010
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Mariana Perry