sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sono

plastia, sono plástica, somos moles e maleáveis. Deixamos de poder escutar para prescrutar os dilemas dos outros em detrimento do que nos apetece ouvir. Prescrevendo mezinhas sem remedeio, destinando alaridos sem refreio nem conquista. Somos reis, contornáveis cabeças douradas, de esquecido valor merecido ou acumulado. Esquecem-se os novos actos pela grandeza dos que nos depuseram torneio. Medeia-se as películas que nos prendem os tornozelos, olhamos de novo e já dele não nos lembramos. Levantámos vôo, porque quando somos esquecidos perdemos o peso da credibilidade.


imagem original para Revista Inútil #01-2009
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Mariana Perry