quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

apetrechos


Desses, que nos assolam por novos os pulsos. Esses, que nos prendem o pêlo à testa, que nos trespassam o ouvido. São loucos, os laços que as conversas dão. Retortos os nós nas gargantas de quem se senta longe da lareira. Remam-se em contra-marés, puxam-se almofadas esoncidas. Sentam-se projectos e repartem-se as tarefas de levar, uma a uma, a loiça para as máquinas engolfadas na sala do lado. Cozinham-se vizinhanças e novos nomes. Congeminam-se sabores esquecidos, refastela-se no vinho trazido. Pede-se mais um chá, para que a conversa continue. pede-se mais uma vez a mesma música, para que o calor não se perca. Dão-se passos de dança embrulhados em listras prateadas, pequenos dissabores em pratos de porcelana. Oferece-se para a troca histórias. Contos de botões reivindicativos.
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Mariana Perry