terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Olhares cruzados

Pernas sedentas de ar. Cabelos erguidos num dramático movimento de atenção pedante. Cinturas descaídas por falta de motivação para erguer es faldas de uma intimação. São pêras, meus senhores, essas que se despegam dos vossos queixares. São azuis, minhas lindas, esses vossos olhares. De frio sentidos, de odores compridos, lânguidos os gestos que se desprendem das vossas pestanas. Mas para quem se esticam elas, minhas senhoras, se ninguém vos reconhece nem o rosto nem o cambalear dos ombros? A quem se prometem lenta seduções pelo prescrutar do contorno dos vossos recortes, se quem vos mira por retorno são as vossas próprias sobrancelhas? A quem se dizem os dizeres da época, a quem se destinam os gulosos dedos escondidos nos bolsos das calças repertadas? São íntimos os olhares partilhados nas ruas, comuns os malfadares deixando rasto nas poças da rua. capito.lares os reflexos de uma vida refundida e revisitada entre pedaços de papel térmico, assinaturas e códigos. De barras?
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Mariana Perry