sexta-feira, 27 de junho de 2008

danças de equinócio


São tremendas, fulgurantes as alças que me prendem a uma mole de cidadania presa ao chão, São finas e frágeis as ligações que perfazem as meias de vidro com que piso o chão calcinado de esqueletos de sardinha e pimento assado. Tenro o cheiro de cerveja defunta, sem decorativismos ou temperaturas decrescidas, atónitas as caras por fazer dos homens que adormeceram algures na esquina entre a infância e a mocidade. Do mais fino tom de cinzento se recobre o céu e o verso das telhas, devastado pela fumarada de múltiplos churrascos incendiados por uma vontade colectiva de engolir mágoas, alegrias flutuantes, conversas gritadas a um ouvido estrangeiro. Sinto a liberdade que se aninhou no lancil de um passeio recatado, para adormecer a tontura dos gritos que ainda lhe pairam pela cabeça, a graça que se perdeu algures no meio da multidão. Justiça seja feita... amanhã. Logo se vê.
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Mariana Perry