domingo, 22 de junho de 2008

teatro de marionetas


Numa tarde de Verão, sem particulariedade nenhuma, uma tenda de ilusões montada na areia fria encobre a vida de um titeriteiro que faz da goela dos outros a sua voz. Sentados, esses padres verão, sem intimidade nenhuma, uma venda bordada de conclusões de uma montada na sereia esguia, a partida de um feiticeiro que faz da justiça seu pavão, desse óleo, sua noz. Justos os incrédulos adulam a noite que chega, um roupão esquivo que lhes aladroa os bolsos frios de areia, encobre o dia a parteira da sombra que jaz no canto do clarão a sós.
Ide, enluvados gestos, que não vos mostre mais a meu amo, que esse não teve culpa nenhuma nem merece tal postura. Tremam pernas, que não vos quero mais. Agita-te queixo, que sem mágoa de nada me serves. Reveste-te pêlo dos carangueijos que assolam a terra molhada e inculta de um sonho que está por vir. Cerrem-se olhos, que quero dormir.
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Mariana Perry