
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Justiças enfraquecidas

terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Olhares cruzados

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Costas largas

Ideias feitas. Noções erradas, de espaço, de volume, de jeito e de perdura. Fundos falsos em panos crús. Sibilantes risadas entre perladas hegemonias. Madeixas de conversas. Perdidas entre sonetos trauteados por altifalantes. Na rua, tudo são famílias. Tudo são grupos de peddos e promessas. Retrocessos sobre agilidades de outrora. Molestadas pantomímias escorrdias em folhas de cartaz. Garrafais. Sedentas. vistas. omissas. perdidas para nunca mais encontrar. o caminho para casa.
domingo, 28 de dezembro de 2008
fora da lista

Quando tudo o que está à vista fica aquém do que poderia servir, restam poucos ideais por onde se poderia prender uma imaginação comprometida a um género desviado... Quando nem nos olham de frente, os dedos encaracolam no martírio que seria ter de vestir as imagens que outros poderão fazer do nosso gesto. São outras as músicas que me correm por detrás dos olhos, por favor desliguem a música do elevador.
sábado, 27 de dezembro de 2008
Conversas de piedeiro

Entre pernas cruzadas pelo frio, casacos dobrados sobre o peito, uma nesga de um sorriso trespassando os ganchos no cabelo... Sussurram vozes intrémulas por ente pequenos temas sem tréguas à vista. Restituem-se velhos valores, sentençam-se velhos clamores. Vivemos pela despedida, mas também por um restolhar que nos traz de volta o lenço amarrotado aos dedos do aceno. Assobiam-se temas perdidos entre linhas de falas translúcidas e torcidas por entre recolecções mal entendidas. Desenham-se prateleiras no ar enquantos se aquecem as mãos no bafo alheio. Sossegam-se as folhas sob a luz do apiedeiro. Cessa o vento que traz o combóio. Lá vem de novo a luz erguida no escuro que daqui nos partirá para mais um dia separado... da noite.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
presentes

Recentes e amassados. O que ficou esquecido por detrás da árvore, à porta de entrada da casa iluminada por mãos intrépidas. Piscam os olhares ressonantes pelo papel de cada convidado, cada gesto estremunhado pela surpresa presente em cada laço recuperado. Paços e cantigas gravadas em sílica. Gestos mumificados em feltros e linhas cardadas.
-Juro-te que se mexeu!
-Está calado, pá...
-Juro-te! Nem estava a olhar, mas vi! Tenho a certeza.
-Tens lá disso. Cala-te pá,
-Mas olha!
-Cala-te que estão a dar os nomes!
-Juro-te...
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
apetrechos

Desses, que nos assolam por novos os pulsos. Esses, que nos prendem o pêlo à testa, que nos trespassam o ouvido. São loucos, os laços que as conversas dão. Retortos os nós nas gargantas de quem se senta longe da lareira. Remam-se em contra-marés, puxam-se almofadas esoncidas. Sentam-se projectos e repartem-se as tarefas de levar, uma a uma, a loiça para as máquinas engolfadas na sala do lado. Cozinham-se vizinhanças e novos nomes. Congeminam-se sabores esquecidos, refastela-se no vinho trazido. Pede-se mais um chá, para que a conversa continue. pede-se mais uma vez a mesma música, para que o calor não se perca. Dão-se passos de dança embrulhados em listras prateadas, pequenos dissabores em pratos de porcelana. Oferece-se para a troca histórias. Contos de botões reivindicativos.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Lemas de pescoço quente
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
lambem-se feridas

Mastigam-se penas. Deixaram apenas os joelhos, rótulos de percursos incontáveis. Não me perguntes tudo e apenas o que te não posso contar. São dias a fio, são memórias por um fio. Tragam o frio ao peito, no botão da casaca por virar. Traguem goles de vinho tordo para vos deslizar as gargantas sem fundo. Percam as horas por vielas igualmente perdidas, mas por favor, por favor... não sobrevivam para contar a história. Que ninguém vos pode ouvir. Mais...
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
domingo, 21 de dezembro de 2008
pavios curtos
sábado, 20 de dezembro de 2008
Partes para outras

Quantas vezes não vi eu essa moça espreitar-me as bragas? A quantos homens não terá ela implorado que a levassem? Cansados esão estes ouvidos de lhe escutar os pedidos. Todos os dias. E de noite também. Não se cala, a moça, não me deixa chegar o sono. Não tenho descanso com ela do lado de fora da janela. Não tenho descanso! Ouço-os a noite inteira, nem de tarde para para se pôr á sombra. Fica ali, ao sol que a queime toda.
Um dia, levo-a daqui. Depois... depois não sei.
silhares marinhos

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
tizanas e almofadas

Tardes e ventos mornos, janelas e cortinas despregadas. Pacientes dizeres por ouvidos recentes. Festas ternas em carapinhas tenras, soluços curados em copos de água e cantares submersos. Descalços os talentos e os riscares, expostas as missões derradeiras e o contar de um cuco que não se cala, não se amofina com uma história de deitar. Debruçamo-nos sobre pequenos destinos que nos competem. Mas quando, mas quantos, mas quais... que nomes lhe deixaremos ter, que riscos farão nestas testas silvantes essas pequenas moções, essas acomodadas estruturas, essas ligeiras certezas que trazemos nos bolsos e pelas gavetas de cabeceira...
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
marindas

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Caídos, os loucos

terça-feira, 16 de dezembro de 2008
presentes, passados

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Colombinas
domingo, 14 de dezembro de 2008
excluídas
sábado, 13 de dezembro de 2008
gargarejos

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Sou um cão

Preso num barranco
à beira mar.
Daqui vejo o fim do mundo
aproximar-se, uma tempestade
de cada vez.
Estou velho e o fim por que
tanto espero tem de estar perto.
Sou um cão, preso por uma coroa
à intempérie
que se aproxima, uma vaga
de cada vez
estou cada vez mais cego
e o fim que sinto aproximar-se
rouba-me os ossos.
Sou um cão velho
mas não por muito mais.
in O Livro das Esperas...
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
minutos

terça-feira, 2 de dezembro de 2008
sorrisos achados
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
t'ais toi

domingo, 30 de novembro de 2008
retardatários

sábado, 29 de novembro de 2008
cusqueiras

sexta-feira, 28 de novembro de 2008
cândidas velhices

Pequenas reprimendas doutros tempos em que a língua se desengatava melhor, o ar tinha um cheiro mais fresco a mar e folhas. Os pés traziam uma alegria no salto que contagiava os joelhos e as faziam desbobinar pela história abaixo. Cabelos agora enrolados em frases quebradas, brincos presos por ideias feitas. Agulhas tricotar suposições sobre ombros curvados. Mão geladas que erguem o limiar do fulgor ao balcão e pedem com todo o fôlego que têm por um garoto doce e tenro, meio copo de água e um folhadinho dos de cima, que não são de ontem.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Sorvendo fumos

terça-feira, 25 de novembro de 2008
Na fossa...
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Um momento
domingo, 23 de novembro de 2008
sábado, 22 de novembro de 2008
contornos infindos

sexta-feira, 21 de novembro de 2008
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Gato pardo

quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Caras familiares
terça-feira, 18 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Cabeças unidas

Valerão mais do que uma só? Se sonhamos, em grupo... Se vemos, singular... Se tocamos é no outro. Deixemo-nos de tudo. Que não vale a pena no dorso desse pássaro-da-índia. Deixem-no voar que não sabe fazer outra coisa. Deixemo-nos de ser reis que apenas ordenam o que já se faz. Deixemo-nos abandonados numa esquina pouco familiar, para mudar de ares, para mudar de caras, para mudar de cheiros. Que viva connosco, que viva aqui, neste não-espaço que nos aproxima.
domingo, 16 de novembro de 2008
Furo em furo
sábado, 15 de novembro de 2008
Conversas de Alzheimer XV
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
ternas loucuras

coisas de pêlos

terça-feira, 11 de novembro de 2008
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Conversas de Alzheimer XIV
domingo, 9 de novembro de 2008
golpes de carril

sábado, 8 de novembro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
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