quinta-feira, 10 de abril de 2008

frog dancing


Cai
a chuva, vem o vento, sai-se de casa para se desvendar um bairro que nos acolhe. Procura-se uma guarida, procura-se um museu que nos dê em que pensar, que nos mude de ideias, que nos traga algo de velho, muito velho e quanto mais bem explicado melhor. Procura-se ideias antigas, guarda-se um espaço no bolso para um pastel de nata, espera-se uma mensagem digital que nos envie para o outro lado da cidade...
O dia deixa de ser um desafio para se tornar um mundo. Quantos mais amigos inesperados melhor. Um café e uma ginginha Gaveana depois, ainda a tarde vai a ganhar velocidade. Oito pernas debaixo de uma mesa são melhor que quatro, dez podem mesmo complicar... mas o andamento da conversa desenferrujada ao ritmo do latir de relógios esquecidos a meio da semana, solta o espírito e o bem-estar entre casacos sobre a calçada negra que instiga a ascenção, cidade acima. Umas cascas de amendoim em taças longínquas, uma mão amiga que transporta boa conversa, há muito atrasada, há quem escreva fados inteiros a partir de corações vazios, há quem os ouça, quem os tente cantar. Ainda a semana vai a meio e já todos se esqueceram de segunda-feira porque o tempo, esse, sustém-se quando as aulas falecem e os escritório encerram a porta da rua.
É tempo de misturar "furacões" açoreanos com jogos de futebol, tragédias mundiais com mais quatro imperiais, se faz favor. É tempo de rir, de quase dançar na rua, de saír e procurar um novo ponto de vista sobre a cidade que se estende aos nossos pés.
É tempo de suster o frenesim, de sonhar em namorar à Brasileira, de rir da bebedeira geral, parar, olhar e sorrir mais uma vez, desta com a calma de quem inspira o vento que sopra o Atlântico para esta costa do mundo. As luzes espalham-se com o entoar escocês que promete uma nova partida, avisando todos os que moram na rua do escensor da grande vitória que sofrerão no dia seguinte. Esse, virá sim. Amanhã. Quando nos lembrarmos de que o resto da semana existe. Sim... mas só amanhã. Agora caem trovões e a chuva rasga paredes...devia ter sono mas fugiu-me antes que o pudesse tentar convencer a ficar... Onde estará o senhor que dorme na rua, lá em baixo? Para onde irá, antes que quinta-feira o apanhe a ele também?
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Mariana Perry