
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Lentes

quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Opus maiorum

terça-feira, 28 de outubro de 2008
Visões

terça-feira, 21 de outubro de 2008
bancos de cozinha e enfarinhados

- Ó avó, que é um Galhadrapo?
- ... vá, deixa-te disso e volta-te para a frente, não deixes essa massa assentar.
- Mas o que é? O que é um Galhadrapo avó?
- As coisas que tu inventas. Onde ouvistes isso?
- Foi o Manuel Faustino que disse! Estávamos a brincar e... e assim, olha avó... e ele disse que quando era pequenino que tinha, que tinha um, u-u- um Galhadrapo!
- Não faças isso à massa, filho! e esse menino Manuel tinha mais era que te enfiar uma dessas na cabeça
-Mas ele tinha, 'vó! Quando era bébé, ele tinha!
- E a mãe dele, deixa estar...
-Mas ele, ele tinha um. Ó 'vó, o que é um Galhadrapo?
- A mãe dele, no seu tempo, também inventava com cada coisa.
- O que é um Galhadrapo, 'vó?
- Viagem a França, foi... pois claro, não havia de ser!
- Ó 'vó? 'vó!
- Diz, filho.
- Quando é que a mãe chega?
- Deve estar aí a chegar.
- E... e quando a mãe chegar vamos lanchar, vamos 'vó? Vamos lanchar?
- Sim. Mas o que andas a fazer a essa massa, filho?
- É um Galhadrapo, 'vó.
- Ó filho, só cá me faltava mais esta... vai-se queimar nas pontas...
- Mas são os dedos.
- Vão-se queimar.
- Mas ele precisa de dedos...
- Precisa agora de dedos, esse teu bicho.
- Não é um bicho, é um Galhadrapo.
- Pois sim, filho... mas tira-lhe os dedos para o levarmos ao forno.
- Ó 'vó...
- Não se fala de boca cheia.
- Ó avó?
- Diz, filhote.
- O que é um Galhadrapo?
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
domingo, 19 de outubro de 2008
the show has only begun
sábado, 18 de outubro de 2008
nem por menos
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Perguntas pertinentes

quinta-feira, 16 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Deduções em mistério zeloso

segunda-feira, 13 de outubro de 2008
O do canto

Canta menos, talvez, mas não por cantar lhe falecer. Desconhece somente o valor de um canto aberto, pelo canto omisso tanto compreender. São palavras mudas, as que não diz, compreensões ocultas, as que não lhe escapam. São gemidos sem tremor sem uma imagem de terror. Horas consentidas num sonambulismo irrequieto, tempos perdidos na irreflexão de momentos em paz. É canário que cala quem mais perguntas suscita, padre temerário de um fôlego que não habita. Naquela voz. Sem sopro nem medida. Contida num mar de represálias pendentes, no fustigar de chibatas em polvorosa. Das que não se vêm marcadas na pele. Das que se sentem em pena.
domingo, 12 de outubro de 2008
Verdes olhos

sábado, 11 de outubro de 2008
No sopé de uma ideia

sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Bloupar tibit Shkitin
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Cantigas de escárnio

Maldicência de medo empregnada. Estagnada em momentos de irradiação escorbácea. Sebáceas as adjectivações denicrentes. Desdicentes os verbos empregues. Emberbes as vozes que rasgam as cordas. Mortas as consistências e os trejeitos praticáveis. Impossíveis as situações descritas. Interditas entredentes escarlate e carmim.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Sussurros
terça-feira, 7 de outubro de 2008
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
cismas nocturnas

domingo, 5 de outubro de 2008
preciosismos de primeira apanha

sábado, 4 de outubro de 2008
Devaneios comuns

- Soube trocá-las, desta vez.
- Mas umas novas pelas que tinha?
- Sim, trocou-as.
- Sem...
- Sem grandes complicações, não, correu tudo bem...
- ...relativamente...
- ...pois. Mas agora está bem, já nem olha tanto pela janela--
- Isso é bom
- Sim
- Bom sinal
- ... pois, mas fixou-se, não sei, não sei bem porquê...
- Fixarem-se é normal...
- Pois, mas este novo fascínio pelas mãos, não sei, é estranho..
- Fixarem-se é normal...
- Mas assim? Tanto?
- Sim, é normal. Podem por vezes ganhar alguma consciência, parecem olhar em volta e fixam os olhos nos que os rodeiam
- Ele fez isso hoje
- ... sim, mas não tire nada daí. Eles não vêem nada, realmente...
- Nada...
- Sim, não olham, de facto. Não nos vêem.
- Mas então...
- Somo sombras, para eles nada é na verdade real, não estamos mesmo cá para eles.
- ...
- Somo ainda menos reais que os fantasmas que lhes passam à frente dos olhos.
- Não estamos cá, então.
- Não.
- Nunca?
- Sim, nunca. E não vamos voltar a estar.
- Nunca?...
- Raramente voltam.
- ...
- É triste
- Realmente
-Realmente triste, sim.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
dos píncaros do reconhecimento

quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Petittes Mouches

São pequenos, os indefesos, submissos na sua missão de não existirs. Pouco custam ao olhar desmistificante, surpreendente apenas o lugar que deixam por preencher. Perdem terreno a olhos visto e nem por isso têm lugar cativo, que de manifestação silenciosa em agrupamentos soltos, ressaltam na colocação e perdem estatuto continuamente.
São pequenos, esses seres de canto mudo, turvas as mudanças de estação a cada passagem de tempo recorrente. Vincam-se caminhos fugazes, relidos ciclicamente e com a mesma desventura que outros olhares anteriores mas não menos antigos.
São pequenos, enegrecidos por natureza, sujos por descontinuidade.
São pequenos, os petizes, ignorados por uma intensa e desgasta familiaridade.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Estirador, tirante...

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