segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O do canto


Canta menos, talvez, mas não por cantar lhe falecer. Desconhece somente o valor de um canto aberto, pelo canto omisso tanto compreender. São palavras mudas, as que não diz, compreensões ocultas, as que não lhe escapam. São gemidos sem tremor sem uma imagem de terror. Horas consentidas num sonambulismo irrequieto, tempos perdidos na irreflexão de momentos em paz. É canário que cala quem mais perguntas suscita, padre temerário de um fôlego que não habita. Naquela voz. Sem sopro nem medida. Contida num mar de represálias pendentes, no fustigar de chibatas em polvorosa. Das que não se vêm marcadas na pele. Das que se sentem em pena.
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Mariana Perry